segunda-feira, 19 de julho de 2010

o martelo.

Seus pensamentos fluídos, suas lembranças, as fotografias, tudo a consumia de uma forma em que nunca sentira, de um jeito que fazia com que implorasse para que parasse a dor. Tina sentia mesmo um grande buraco por dentro, mas ao mesmo tempo surgiu uma dúvida, maior ainda que o buraco. Valera a frustração por ter escutado um frio e simples 'Adeus' ou valera a tristeza por perder seu amado? Estava confusa, precisava de um refúgio, mas este tal de Refúgio não existia ali naquela casa, nem em outro lugar...
Colocou play em Audioslave, 'Like a stone'. 'On a cold wet afternoon in a room full of emptiness [...] and I sat in regret of all the things I've done...'. E aqueles versos pareciam tocar seu coração de forma a machucá-lo, as lágrimas foram inevitáveis e escorreram através do rosto já inchado por outras daquelas.
Resolveu regressar a tudo que vivera até ali. Recorreu a cartas, lembranças, momentos na memória. Nada fazia sentido, de verdade.
Dias, noites, tardes. Passaram-se uma semana. Tina teve algumas notícias, mas nada que mudasse a situação. Ele ainda estava frio, ele ainda falava com aquele tom de superioridade que acabava com a credulidade de Tina de que já estivera sorrindo com aquele rapaz. Tina só conseguia espelir lágrimas, palavras não podiam ser ditas. Naquele momento, os pais de Tina chegam -'Tina, o que aconteceu!? Ele fez algo contigo!?' - perguntou a Mãe preocupada e visivilmente assustada com o desespero em que se encontrava sua filha. Tina só balançou a cabeça negativamente. - 'Então o que foi!? Fala, Tina!' - 'Ele rompeu mãe, e com uma frieza digna de um psicopata!' - respondeu à mãe, com a voz alterada. -Filha, se ele tomou essa decisão, ele tem o direito! Ele não tem obrigação de ficar contigo, e ainda mais, é ele quem perde. Levante a cabeça, seja mulher, pelo amor de Deus!' - as palavras da mãe fez com que Tina sentisse como se tivesse engolido um chá de facas afiadas.
Amanheceu uma terça-feira ensolarada até, com cara de primavera. Tina acordou diferente, as palavras de sua mãe ainda ecoavam na sua mente e uma vontade que tomava conta de cada partícula do seu corpo fizeram com que ela não acordasse de mal humor ou chorosa. Tudo mudou, disso Tina tinha certeza.
write by Ta.soul

Continua, mais e mais pra frente (:




música pra escutar lendo o post: 'Like a stone - Audioslave

;)




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